Moeda americana volta a subir frente ao real após sinais de desaceleração econômica global; incertezas entre China e EUA elevam aversão ao risco
O mercado financeiro brasileiro iniciou a sexta-feira (2) sob forte influência de fatores externos, especialmente as incertezas nas relações comerciais entre China e Estados Unidos e a divulgação de dados econômicos mistos nas principais economias globais. O dólar à vista operava em alta moderada, sendo cotado a R$ 5,6460 por volta das 10h15, enquanto o Ibovespa recuava 0,28%, aos 134.715,82 pontos, refletindo o mau humor dos investidores com o cenário macroeconômico internacional.

A escalada de tensões comerciais entre Washington e Pequim, após novas restrições anunciadas por autoridades chinesas contra produtos norte-americanos, reforçou a percepção de risco nos mercados emergentes. Ao mesmo tempo, números recentes divulgados nos Estados Unidos mostram desaceleração no setor industrial e uma criação de empregos abaixo do esperado, o que gerou especulações sobre mudanças na trajetória de juros do Federal Reserve. Na Europa, a inflação na zona do euro voltou a subir, o que pode levar o Banco Central Europeu a adiar cortes nas taxas de juros, aumentando o desconforto dos investidores globais.
No Brasil, apesar de fundamentos internos relativamente estáveis, o ambiente externo tem se mostrado decisivo para a oscilação de ativos. Segundo analistas da XP Investimentos e do BTG Pactual, o real segue sob pressão devido à menor entrada de capital estrangeiro e ao aumento da demanda por dólar como ativo de proteção. Além disso, a possibilidade de desaceleração global reacende dúvidas sobre o crescimento das exportações brasileiras no segundo semestre. Economistas alertam que o Brasil poderá ser afetado caso a aversão ao risco global se intensifique nos próximos meses.
Fonte: CNN Brasil – Economia