Nos últimos anos, a Paraíba tem vivido uma transformação silenciosa, mas profundamente significativa na área da saúde: o aumento no número de médicos formados em faculdades do interior do estado. Instituições como o Centro Universitário Santa Maria (UniFSM), em Cajazeiras, têm desempenhado um papel fundamental nesse processo, ajudando a descentralizar a formação médica, que por muito tempo esteve concentrada apenas nas capitais.
A presença desses cursos superiores em cidades do Sertão tem facilitado o acesso ao ensino de qualidade para jovens do interior, que antes precisavam migrar para João Pessoa, Campina Grande ou até para outros estados em busca de formação. Agora, muitos concluem a graduação perto de casa — e, o mais importante, optam por permanecer nas regiões de origem para atuar profissionalmente.

Impacto direto nos serviços de saúde
Esse movimento já tem reflexos nos serviços públicos de saúde. Municípios que antes enfrentavam dificuldades para compor equipes médicas conseguem agora manter uma cobertura mais estável, com a ampliação da atenção básica e até do atendimento especializado.
O aumento no número de profissionais também contribui para reduzir filas, fortalecer campanhas de prevenção e humanizar o atendimento, especialmente em cidades que, por anos, contaram com médicos em caráter temporário ou sob contratos de baixa duração.
Médicos mais próximos da comunidade
Um dos pontos mais positivos da formação médica no interior é o fortalecimento do vínculo entre os profissionais e a população local. Muitos estudantes que se formam em suas cidades ou regiões vizinhas acabam optando por continuar nelas após a conclusão do curso, seja por laços familiares, custo de vida mais acessível ou pela identificação com os desafios locais da saúde pública.
Incentivos e desafios
O Governo da Paraíba e diversas prefeituras têm buscado incentivar essa permanência, com a oferta de contratos estáveis, programas de residência médica no interior e a ampliação da infraestrutura hospitalar. No entanto, o desafio de interiorizar a saúde exige investimentos contínuos, tanto na qualificação profissional quanto na estrutura das unidades de atendimento.
Ainda assim, o cenário atual é promissor. A formação de médicos no interior da Paraíba é mais do que um avanço acadêmico: é uma estratégia concreta de desenvolvimento regional, com impacto direto na qualidade de vida da população das pequenas cidades