A oposição na Câmara dos Deputados intensificou sua ofensiva contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o anúncio do aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, divulgada na última quinta-feira (24), gerou críticas imediatas do mercado e levou o governo a recuar parcialmente, cancelando o aumento do imposto para investimentos de fundos nacionais no exterior.
Em resposta, o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), protocolou um requerimento de convocação de Haddad para prestar esclarecimentos no Parlamento. Além disso, Zucco apresentou um projeto para barrar todas as mudanças anunciadas pelo governo, afirmando que “não aceitaremos recuos parciais. Não aceitaremos migalhas. O recuo tem que ser total. Nenhuma dessas medidas pode permanecer de pé”.
Para relatar a proposta, a oposição cogita o nome do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), conhecido por seu forte engajamento nas redes sociais. No início do ano, Nikolas foi uma figura-chave na oposição à proposta do governo sobre a fiscalização de transações do Pix, contribuindo para o recuo do Executivo na medida. 
No Senado, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), também apresentou projeto semelhante para sustar o decreto do Executivo que elevou o IOF. Marinho criticou o recuo parcial do governo, apontando “improviso, falta de estudos técnicos e total ausência de articulação institucional” por parte do Executivo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também se manifestou contra a medida, afirmando que o aumento do IOF “irá reduzir investimentos, dificultar o acesso ao crédito, aumentar a inadimplência e gerar desemprego”. Bolsonaro declarou estar “em contato permanente com os líderes do PL para avaliarmos medidas legais” contra o decreto do governo.
A oposição vê em Haddad um dos principais alvos para desgastar o governo Lula, especialmente considerando a possibilidade de o ministro ser um potencial candidato à sucessão presidencial. A estratégia de intensificar críticas à política econômica visa enfraquecer a gestão petista e fortalecer a base oposicionista no Congresso.