A corrida pela sucessão do governador João Azevêdo, mesmo ainda faltando um ano e meio para o início oficial das campanhas, já movimenta os bastidores da política paraibana. As articulações estão a todo vapor, com nomes sendo ventilados, alianças sendo costuradas e interesses se cruzando nos corredores da Assembleia, nos gabinetes de João Pessoa e nos encontros estratégicos pelo interior do estado. Cícero Lucena (PP), atual prefeito da capital, nega com veemência sua pré-candidatura, mas percorre cidades do Sertão como quem está “apenas ouvindo a população”. Em política, quando se nega demais, é porque tem fumaça.
Quem também ganha força nos bastidores é Hugo Motta, presidente estadual do Republicanos e líder com trânsito privilegiado junto ao Palácio do Planalto. Com o apoio de Adriano Galdino e boa base partidária, Hugo se posiciona como nome forte dentro da base aliada de João Azevêdo. Há quem diga que ele tem o perfil que Brasília quer para manter a governabilidade regional sob controle, especialmente com a benção do presidente Lula. Motta, por enquanto, adota o tom diplomático, mas não esconde que está no jogo.

Correndo por fora — mas com o peso de carregar o sobrenome da família que comanda Campina Grande — aparece Lucas Ribeiro, atual vice-governador. Lucas tenta se firmar como o “nome natural” da sucessão, aposta na continuidade do projeto e no apoio direto do próprio João Azevêdo. Recentemente, recebeu o endosso da deputada Dra. Paula, que afirmou que “o nome é Lucas Ribeiro”. A disputa, porém, será acirrada. A base governista está cheia de apetite e o desafio será unir os egos antes de unir os votos.