O fenômeno dos bebês reborn — bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos — tem ganhado destaque nas redes sociais e até mesmo no cenário político brasileiro. Enquanto para muitos são apenas objetos de coleção ou conforto emocional, especialistas alertam para os riscos quando o apego ultrapassa os limites da fantasia. 
Em entrevista à CNN Brasil, o psiquiatra Daniel Barros explicou que o apego a objetos não é algo novo e que, na maioria dos casos, o uso de bebês reborn é inofensivo. “As pessoas costumam se apegar a diversos objetos, como canetas e livros. O caso dos bebês reborn não é diferente”, afirmou.

No entanto, Barros destaca que a situação se torna preocupante quando a pessoa passa a acreditar que a boneca é real. “O problema está quando a pessoa coloca uma realidade que não existe, que ele [o bebê reborn] é realmente o seu filhinho e que ele precisa de cuidados”, alertou. 
Casos extremos têm chamado a atenção, como o de uma mulher que procurou uma advogada para discutir a guarda de uma bebê reborn após o fim de um relacionamento. A cliente queria regulamentar a “convivência” com a boneca e impedir que a ex-companheira tivesse acesso à “filha reborn”. 
O psiquiatra também criticou propostas de leis para regular o uso dos bebês reborn, considerando-as desnecessárias. “Quem está propondo essa lei agora também, eu acho que quer surfar nessa onda”, opinou, ressaltando que o assunto provavelmente perderá relevância rapidamente.
Por fim, Barros conclui que, na maioria dos casos, o fenômeno dos bebês reborn é apenas uma brincadeira entre grupos específicos nas redes sociais, e que a sociedade não deveria levar o assunto tão a sério.