O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou irritação diante das cobranças do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) para que a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 seja pautada. Durante reunião de líderes partidários realizada na terça-feira (20), Motta afirmou que o projeto “não vai passar na base da força” e destacou a ausência de consenso entre os parlamentares sobre o tema.  
Nikolas Ferreira tem sido um dos principais defensores da anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília. Em um ato realizado no início de maio, o deputado pressionou publicamente Hugo Motta, afirmando que o país “não pode ficar refém da decisão de uma pessoa” e que “anistia já” deveria ser a prioridade do Congresso.  
Apesar de o projeto de lei ter conseguido as assinaturas necessárias para tramitação em regime de urgência, Motta tem resistido a pautá-lo. O presidente da Câmara argumenta que, mesmo que a proposta seja aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República, há o risco de o Supremo Tribunal Federal (STF) declará-la inconstitucional.
A postura cautelosa de Motta reflete a complexidade do tema e as divergências dentro do próprio Congresso. Enquanto parte dos parlamentares, especialmente da oposição, pressiona pela anistia, outros defendem que a proposta seja mais debatida para evitar uma anistia ampla e sem restrições.  
A tensão entre Hugo Motta e Nikolas Ferreira evidencia as dificuldades enfrentadas pelo Legislativo para encontrar um consenso sobre a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de janeiro de 2023. A discussão continua em aberto, com o futuro da proposta ainda incerto.
